segunda-feira, 28 de junho de 2010

Já faz anos...



Já aceitei que amo você. Aceitei que eu serei uma daquelas pessoas que aos 70 anos, mesmo casada, com filhos e netos, sonha em reencontrar seu amor de verdade, seu primeiro amor, aquele que ainda lhe tira noites de sono e a quem dedica suspiros profundos no café da manhã. Serei aquela doce senhora que ainda pensa no amado ao ouvir certas músicas, assistir a certos filmes e dar, escondida, o último trago no cigarro.

E pensarei em você ao regar as plantas, ao fazer bolinhos de chuva, escrever receitas e levar o bebê para passear no parque. Imaginarei você, como estará, onde estará e com quem. Verei o seu rosto ainda novo em todo e qualquer senhor que passar pela minha frente e ensaiarei na frente do espelho o que falaria a você quando nos encontrássemos.

Ficarei esperando notícias, um e-mail, um cartão. Darei um jeito de saber a quantas anda sua vida e farei milhares de promessas a fim de te encontrar por aí, por acaso ou não. Saberei que só você poderia me fazer feliz e me arrependerei todos os dias de ter te deixado partir. Ficarei a indagar a mim mesma se você ainda pensa em mim e me darei por satisfeita sempre que, por a+b, chegar a uma resposta positiva. E terei certeza de que a todo momento que sentir o seu perfume - que nunca terá saído de minha memória - é porque naquele exato segundo você também se lembrou de nosso passado e sentiu saudades.

Serei a que acordará toda manhã e olhará para o lado ainda esperançosa, querendo que seja você o corpo já meio velho estendido ao lado. Querendo ser o corpo já meio velho estendido ao seu lado, ao lado do homem que tem certeza que é o homem de sua vida.

A.

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