domingo, 23 de maio de 2010

Quando? Foi num domingo à tarde...


Num café com amigas numa tarde de domingo cheguei a uma conclusão: “Love isn't enough if there's no commitment. Commitment isn't enough if there's no love”. Simples assim. Acho que durante muito tempo acreditei que amar alguém era motivo suficiente para que todas as barreiras da vida desabassem e todos os acasos fizessem com que o amor fosse possível e concretizado.

Acho que andei assistindo a muita comédia romântica. Jesus! Estava andando com um óculos cor de rosa e achando que o mundo era assim...bonito! Mas o problema não é esse, o problema é que o óculos cor de rosa fez meu mundo ficar cinza. Achando que os romances atingiam a perfeição e que o amor ultrapassava distâncias, fiquei por esperar uma realidade nunca alcançada. Cansei.

O amor existe. Existia, talvez seja a palavra correta, não importa. O amor estava lá e não superou a distância, a cobrança, a dúvida. Love with no commitment. De fato, não é suficiente.

Lá estou eu, numa manhã gelada e mau humorada de segunda feira. Sento no ônibus e começo a ler o livro que já era para ter sido terminado há muito tempo. Uma amiga entra no ônibus e todo o meu mau humor e frio e concentração desmoronam. “Viu o orkut dele?” ela pergunta. E sem nem esperar uma resposta de fato, só pela cara de ponto de interrogação, imenda: “achei que tivesse visto. Ele postou fotos com a garota. Agora parece ser oficial, com beijos e presentes e declarações. Ela nem é feia não, viu¿ É bem ajeitadinha até. Achei que tivesse visto as atualizações.” Era uma segunda feira, não era nem 5 horas da manhã, fazia muito frio, eu estava lendo. Algumas pessoas simplesmente não têm noção.

Me fiz de desinteressada e fingi estar com sono. Peguei o meu iPod e fingi dormir. Passei o caminho todo olhando o dia amanhecer, os ensaios de raio de sol batendo nas folhas, depois prédios, concreto, carros e finalmente pessoas me acalmava de um jeito que jamais saberei descrever. O iPod, que nessas horas sabe muito bem o que seu dono sente e faz questão de representar em músicas esse saber, mesmo no shuffle, tocava a canção mais adequada (ou menos, dependendo do ponto de vista).

Chorei. A cada moto, cada UNO e a cada casal que passava. Chorei. Mas as lágrimas dessa vez eram diferentes, eram doces. Acabou. Não tenho mais motivos para alimentar nenhum tipo de esperança. Não me procura mais, está com outra, está feliz. Foi quase como um alívio.

Foi então que me dei conta que não daria mesmo certo. Não há comprometimento. Eu não faria maiores esforços. Você faria. Você fez, mas não há amor. Não adianta, não é suficiente. Nunca será. “Love isn't enough if there's no commitment. Commitment isn't enough if there's no love”.

A.

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