domingo, 18 de abril de 2010

Amor de todos

E lendo esses versos, entendo que não sou só eu, que não estou sozinha.
Escreveu como se tirasse do meu peito todas as palavras, todas as vírgulas, o ponto final. Mas eram experiências dele próprio. E de outros. Por mais que iguais, não me pertenciam.
Não sou só eu, não estou sozinha. O amor é um (sentimento) sofrimento universal, não é privilégio meu.

"Ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, noites afora, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não conseguirás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro estranho o cheiro preciso dele." Caio Fernando Abreu

A.

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